É a partir de Resoluções Normativas definidas pela Aneel, que as tarifas como TUSD e TE são especificadas e regulamentadas. A esse processo se dá o nome de “Procedimentos de Regulação Tarifária”.

Muitas vezes, no entanto, não compreendemos como essas tarifas são calculadas, ou ainda, como elas impactam ou aparecem de forma prática a fatura de energia da sua empresa/negócio. Esse é seu caso?

Para entender de forma simples e direta o que são essas tarifas, vamos explicar alguns pontos centrais. O primeiro deles tem relação com o caminho que a energia faz das usinas geradoras a efetivamente poder ser utilizada pelos consumidores.

Você sabe como a energia é transmitida e distribuída no Brasil?

Ao sair das usinas, a energia elétrica é elevada a níveis de alta tensão. Essa estratégia reduz as perdas durante o transporte por longas distâncias, permitindo que a energia chegue aos centros urbanos com mais eficiência. As linhas de transmissão, visíveis em torres e postes, são responsáveis por conduzir essa energia em alta tensão.

Por que preciso entender isso?

Pensando nesse caminho, fica mais claro entender que as tarifas TUST/TUST estão relacionadas ao custo de transmissão e distribuição de energia, respectivamente.

Assim, você consegue entender melhor que além da energia propriamente dita, também existem esses custos relacionados ao sistema de transporte desse recurso.

Diferenças da alta e baixa tensão

A classificação das unidades consumidoras em Alta Tensão (AT) ou Baixa Tensão (BT) não se limita à tensão de fornecimento, mas abrange a demanda de energia e as particularidades de cada instalação elétrica.

A AT é essencial para o transporte de grandes volumes de energia por longas distâncias, desde as usinas geradoras até os centros urbanos. A BT, por sua vez, é a forma como a energia chega aos consumidores finais (residências, comércios e pequenas empresas) após passar por transformadores que a convertem em níveis seguros.

Relembre: o que está descrito na fatura de energia?

Ainda que haja diferenças regionais, de uma forma geral, a fatura de energia de uma empresa é dividida em 2 partes gerais:

• TE -Tarifa de Energia

Está relacionada ao custo da geração da energia e ao valor cobrado pelo que foi efetivamente consumido.

• Distribuição (TUSD/TUST)

Valor cobrado pelo uso da rede (como já mencionamos anteriormente)

• Composição da Tarifa TUSD e TE

A composição da tarifa é dividida em 5 blocos. Duas referentes ao transporte, a parcela de encargos, perdas e outros (subsídios ou ressarcimentos que eventualmente a distribuidora precisa fazer).

Para ver o detalhamento de cada uma das colunas e as diferenças entre os consumidores de baixa, média e alta tensão, assista o vídeo abaixo:

Como isso impacta sua empresa?

Essa resposta dependerá de qual perfil de consumo a sua empresa se enquadra, afinal, como vimos anteriormente, ela será diferente para consumidores de diferentes tensões.

No caso de empresas que têm contrato de demanda com a distribuidora, por exemplo, esse impacto pode ser bem alto. Esse contrato funciona para que as distribuidoras “reservem” uma quantidade de potência (kW) para que a empresa tenha energia suficiente para operar.

O que pode ser feito para reduzir custos com energia?

É importante considerar que a TUSD é fixa, e portanto não pode ser alterada por medidas de redução de custos. Já no caso da TE, estratégias de gestão de demanda podem ser feitas para evitar ou reduzir picos de consumo durante os períodos de tarifação mais elevada.

Migrar para o Mercado Livre de Energia ou aderir à Geração Distribuída?

Com a reforma do setor elétrico e a aprovação da MP 1.300, novas propostas de modificação dos encargos de fontes renováveis podem movimentar o tipo de solução mais vantajosa em cada caso.

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