Preço do dólar deve afetar contas de energia

Energia - 25/10/2015

Prime Energy
Research

A chegada do dólar à casa dos R$4,00 vai influenciar a conta de luz dos brasileiros. Os efeitos da estiagem representaram aumentos de mais de 50% no preço da energia em 2015, e agora a moeda americana vai pressionar ainda mais os reajustes tarifários das distribuidoras do Sul, do Sudeste e do Centro-Oeste. Isso porque o preço da energia da hidrelétrica de Itaipu é calculado em dólar.

O dólar americano pode representar aumentos entre 3,7% e 9,5% na conta de luz. Os maiores aumentos devem ser das distribuidoras que ainda não reajustaram neste ano, como a Bandeirante, a CPFL Piratininga e a Light. No reajuste extraordinário, ocorrido em janeiro, quando o governo repassou para a tarifa parte das oscilações do câmbio, o dólar estava na casa de R$ 2,80. Nas últimas semanas, a moeda oscilou entre R$ 3,70 e R$ 4,22.

A Bandeirante atende 28 municípios no Estado de São Paulo, e o dólar pode representar 8,8 pontos percentuais dentro do reajuste anual, considerando um câmbio médio de R$ 4. O mesmo ocorre com a CPFL Piratininga, que atende 27 municípios do interior e do litoral de São Paulo, e que poderá chegar a 9,5 pontos percentuais no reajuste. Por sua vez, na Light, o reflexo no aumento anual poderá chegar a 8,4 pontos percentuais. Esses valores ainda estão sob avaliação pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

Nelson Fonseca, presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), explica que as empresas sentem o impacto do aumento do dólar simultaneamente, mas estão impedidas de repassar o valor para os consumidores até a data dos reajustes. Segundo ele, se não houver alteração no cenário energético, o câmbio deve ser o principal fator para o aumento das tarifas em 2016.

Essas diferenças no preço serão repassadas para a tarifa paga pelo consumidor.