O que é descarbonização e como está aliada ao desenvolvimento sustentável?

Geral - 12/03/2024

Prime Energy
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Janela para ação é estreita e setor energético é fundamental na transformação de cenário

Não é exagero dizer que a responsabilidade ambiental virou um ponto de atenção para as grandes economias mundiais. Com os efeitos climáticos intensos é impossível ignorar que sem os recursos ambientais, não há como produzir nada.

Nesse contexto, o conceito da descarbonização está cada vez mais presente em iniciativas que visem o enfrentamento do aquecimento global. Mas, o que ele compreende na prática? Descarbonizar é o mesmo que zerar a emissão de gases? Quais são os principais compostos poluidores atualmente?

Especialistas em energia alertam que é importante agir rapidamente para evitar os piores efeitos das mudanças climáticas. Medidas ambiciosas e coordenadas são essenciais para isso. Com isso, tratar o tema com a complexidade e seriedade que ele exige é fundamental para implementar avanços relevantes.

Para abordar o tema de forma aprofundada, você verá neste conteúdo:

  • O que é descarbonização
  • Análise histórica: como chegamos aos percentuais de poluição de hoje?
  • Setor Energético: centralidade para evitar, reduzir e compensar
  • Transição energética e futuro do desenvolvimento

Se você tiver interesse em se aprofundar mais em relação a soluções sustentáveis que permitam à sua empresa aliar resultado e responsabilidade ambiental, conheça mais a fundo nossas soluções para empresas tanto na alta quanto na baixa tensão.

 

O que é descarbonização?

A descarbonização é a redução das emissões de gases na atmosfera para combater o aquecimento global. Isso acontece nas mudanças climáticas e é feito de forma gradual. O objetivo é diminuir a quantidade de dióxido de carbono liberada no ar. Nesse caso, a ação principal é frear o aquecimento global e seus impactos, promovendo a transição para uma economia de baixo carbono.

 

Por que a descarbonização está em alta?

Dados alarmantes divulgados nos últimos tratados internacionais comprovam a urgência da descarbonização: a temperatura média global já subiu cerca de 1°C desde a era pré-industrial, e as previsões indicam um aumento ainda maior se nada for feito.

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) afirma que a atividade humana é a principal causa do aquecimento global, com o CO2 como principal GEE responsável.  O setor energético, responsável por cerca de 70% das emissões globais de gases de efeito estufa, encontra-se na vanguarda dos segmentos que lideram a transformação.

 

Análise histórica: como chegamos aos percentuais de poluição de hoje?

Entender a necessidade da descarbonização como uma medida de via única seria simplificar uma realidade dinâmica e que se complexificou ao passar dos anos na medida em que a vida em sociedade também se tornava mais complexa em termos de desenvolvimento.

Por isso, é importante ver como a tecnologia mudou a forma como produzimos coisas e como vivemos. Ao se afastar de uma perspectiva de mocinhos e vilões, conseguimos compreender de forma mais evidente como as tecnologias avançaram e como atualmente é possível estruturar mudanças que não fujam da responsabilização, mas que também se constroem em uma realidade factível que faça projetos saírem do papel.

O Global Carbon Atlas é uma plataforma online para explorar, visualizar e interpretar dados regionais e globais de carbono relacionados com atividades humanas e processos naturais. Ao acessá-lo, é possível ter um panorama de como a atividade humana ao longo dos anos produziu o cenário climático que vivemos hoje.

Disponível nas versões em inglês e francês de uso aberto e gratuito, a plataforma faz uma retrospectiva de alguns fatos históricos que ajudam a explicar a situação climática atual. Também é possível observar os dados do presente e viajar sob perspectivas do futuro. Aqui, reunimos alguns pontos que ajudam a reconstituir o caminho percorrido pela humanidade em relação ao desenvolvimento e a produção de gases do efeito estufa. São eles:

  • 800.000 AC

Vamos voltar 800.000 anos atrás quando os nossos antepassados ​​humanos tiveram um impacto muito limitado no seu ambiente natural. Os oceanos dominavam a regulação do dióxido de carbono na atmosfera.

  • 14.000 AC

De caçadores-coletores e agricultores: A agricultura é o início dos assentamentos humanos. Civilizações antigas são estabelecidas como a Suméria (atual Iraque).

  • 3500 AC. De caçadores-coletores a agricultores

Descoberta na Suméria (atual Iraque), a roda permite aos humanos movimentar cargas pesadas. Facilita a liquidação: os recursos agora chegam às pessoas, e não o contrário. As primeiras carroças eram movidas por pessoas ou animais.

>Atual: Hoje, os transportes são responsáveis ​​por cerca de 23% das emissões globais de dióxido de carbono.

  • 1781- Projeto da máquina a vapor

James Watt, no Reino Unido, patenteou uma máquina a vapor que produz movimento rotativo contínuo. Este foi um passo importante na revolução industrial, permitindo a operação de veículos de tração e locomotivas ferroviárias. São necessárias quantidades crescentes de carvão. As emissões de dióxido de carbono começam a aumentar.

  • 1824 – Descoberta do efeito estufa

Primeiro Joseph Fourier, e depois John Tyndall e Svante Arrhenius fornecem a base científica para determinar que o aumento das emissões de gases que retêm o calor provenientes da combustão de combustíveis fósseis e da desflorestação conduzirá ao aquecimento global. >Atual: O dióxido de carbono é o gás de efeito estufa mais importante.

  • 1850. Apresse-se no novo ouro: Petróleo

A década de 1850 marca o início da utilização do petróleo como combustível e matéria-prima em diversos processos industriais. Este novo ouro é amplamente explorado por nações e empresas internacionais.

>Atual: No final do século, representa cerca de 1/3 das emissões globais de dióxido de carbono.

  • 1880 . Cilindros de gás de alta pressão

A construção dos primeiros cilindros de gás de alta pressão no final da década de 1880 levou à exploração industrial do gás natural.

>Atual: O gás é responsável por cerca de 1/3 das emissões globais de carbono até ao final do século.

  • 1908 . O Modelo T Ford entra no mercado

O T Ford representa o início da produção em massa na fabricação de automóveis. Ford colocou os Estados Unidos sobre rodas.

>Atual: Mais de um século depois, mais de um bilhão de pessoas possuem um carro; o transporte rodoviário gera cerca de 17% das atuais emissões globais de dióxido de carbono.

  • Boom da aviação civil

20 anos após o voo transatlântico solo de Charles Lindbergh, há um boom no número de pessoas voando.

>Atual: A aviação é hoje responsável por 3% das emissões globais de dióxido de carbono, e continua a crescer.

  • 1970- O transporte de veículos motorizados floresce

As emissões de gases com efeito de estufa provenientes deste sector estão a crescer mais rapidamente do que qualquer outro sector energético e depende quase inteiramente do abastecimento de petróleo.

>Atual: Nas últimas duas décadas, as emissões de dióxido de carbono provenientes dos transportes aumentaram 45%.

  • A Era da Informação

juntamente com o aumento do uso de energia para tecnologias no trabalho e em casa são responsáveis ​​por um rápido aumento no uso de energia e nas emissões de dióxido de carbono

  • 1990 Primeiro Relatório de Avaliação

do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas

As emissões resultantes das atividades humanas estão aumentando as concentrações atmosféricas dos gases com efeito de estufa. A detecção inequívoca do aumento do efeito estufa não será provável dentro de uma década ou mais.

  • 2000 Urbanização e energia

Mais da metade da população mundial vive em áreas urbanas com um consumo associado de cerca de 70% da energia primária mundial. Mais 2,8 mil milhões de pessoas, em grande parte provenientes de países em desenvolvimento, irão juntar-se ao mundo urbano com o seu maior consumo de energia, até 2050.>A quinta avaliação do IPCC afirma: ‘É extremamente provável que a influência humana tenha sido a causa dominante do aquecimento observado desde meados do século XX”.

Setor Energético: centralidade para evitar, reduzir e compensar

De acordo com o IPCC, o setor de energia foi responsável por 73,2% das emissões de CO2 relacionadas à energia em 2019. A porcentagem elevada tem relação com a centralidade da energia nos mais diversos processos produtivos mundiais. Afinal, desde atividades básicas das indústrias até a manutenção de hospitais e escolas, a energia está diretamente ligada à produção e ao consumo.

Dentro da energia, é importante agir em três frentes para reduzir o CO2: evitar, reduzir ou compensar sua produção. Mas o que eles significam?

1. Evitar: É como prevenir a emissão de GEE antes que ela aconteça. Podemos fazer isso, por exemplo, usando menos energia em casa e no trabalho, optando por meios de transporte mais ecológicos, como bicicletas e transporte público, e até mesmo diminuindo o consumo de carne.

2. Reduzir: Se nem sempre conseguimos evitar totalmente a emissão de GEE, podemos tentar diminuir a quantidade que liberamos. Isso pode ser feito através da troca de lâmpadas incandescentes por LEDs, que consomem menos energia, ou da instalação de painéis solares em nossas casas, que geram energia limpa e renovável.

3. Compensar: Quando não podemos evitar ou reduzir as emissões, podemos compensá-las investindo em projetos que capturam ou reduzem GEE na atmosfera. Isso pode ser feito, por exemplo, através do plantio de árvores, que absorvem CO2, ou do investimento em projetos de energia renovável.

De acordo com o diretor de Energy Solutions da Prime Energy, Jonatas Lima, o uso de fontes de energia renováveis e a ampliação dos projetos de eficiência energética são frentes fundamentais para o enfrentamento dos desafios climáticos e da condução de uma transição energética responsável.

Transição energética e futuro do desenvolvimento

Quando falamos em transição energética, falamos em mudanças necessárias que têm relação com escolhas mais inteligentes e sustentáveis. Para Lima, que conduz soluções alinhadas ao desenvolvimento sustentável na Prime Energy, a eficiência energética representa uma frente de ação relevante para compreendermos como a transição energética funciona na prática.

“É importante que encontremos soluções para frear os impactos ambientais, e também que esses passos sejam tratados de forma série e responsável. Por exemplo, na transição energética, é preciso encarar com seriedade o fato de que é muito pouco provável que o petróleo deixe de ser utilizado completamente, é justamente por isso que fala-se em transição, porque é um processo, assim como aconteceu na transição do carvão.

Nos últimos 150 anos, tivemos um expressivo desenvolvimento econômico por causa do petróleo, descobertas científicas, melhoria de qualidade de vida, direta ou indiretamente. Ele enquanto fonte, possui vantagens do ponto de vista do transporte, que possibilitaram seu amplo uso. Mas realmente produz outros aspectos negativos, então é preciso encarar essa parte e tomar as medidas necessárias”, pontua.

O diretor de Energy Solutions ainda afirma que é na ação ampla e coordenada que a transição marca sua força rumo ao desenvolvimento sustentável.

“Existem uma série de subprodutos que são provenientes de fontes não renováveis e que são relevantes do ponto de vista do funcionamento da sociedade. O petróleo é um exemplo básico, pois quando a gente pensa em petróleo, de imediato pensamos em gasolina, diesel.

Mas a verdade é que centenas de produtos dependem do petróleo, a indústria plástica, farmacêutica, química, entre outras tantas dependem desse recurso. Por isso que cessar seu uso não será algo brusco, e essas industrias vão se adaptar a alternativas compatíveis.

Por isso, é importante racionalizar que essa mudança não vai acontecer do nada, mas o compromisso tem que existir, seguindo passos estruturados nessa cadência de evitar, reduzir e compensar”, conclui. A eficiência energética é um ótimo exemplo de redução de emissão. De forma direta, trata-se de substituir um sistema que é ineficiente para um que irá consumir menos energia e entregar o mesmo ou mais resultado. Nesses casos, o que a gente vê são frações de emissão desse sistema ineficiente que serão evitadas, deixadas de serem jogadas na atmosfera”, explica.

Lima ainda acrescenta que em algumas operações, a redução pode ser acompanhada da compensação, caso alguma etapa produtiva não possa ser substituída.

“Em alguns projetos, você pode por exemplo diminuir ou deixar de usar uma fonte de origem fóssil e usar uma energia renovável, ou menos poluente. Com isso, você evitou toda aquela emissão que você tinha antes.

Posso dar um exemplo prático em relação a projetos executados por nós na Prime Energy. No caso dos projetos que fizemos para condomínios residenciais, o condomínio aquecia a água da piscina ou da central de água quente com GLP, um tipo de gás que é feito de petróleo. De fato, ele é uma fonte menos segura, mais cara e emite muito mais gases de efeito estufa.

Nesse caso, o que fizemos foi instalar o nosso cogerador, que é um sistema que usa gás natural e não tem problemas no armazenamento, que é canalizado. Então, com isso, ele é mais eficiente em todos os sentidos. Nesse caso a operação reduziu a emissão de gases para o condomínio, não evitou, mas já obteve uma redução importante usando como base o conceito da eficiência”, comenta.

“Se houver a demanda de tornar o projeto ainda mais sustentável é possível propor, por exemplo, uma ação de reflorestamento. Nesses casos, você está fazendo uma compensação”, acrescenta.

Depois de entneder como as soluções sustentáveis em energia são vitais para o contexto da descarbonização, entenda como a Prime Energy pode te ajudar a levar mais economia e sustentabilidade ao seu negócio aqui.