Mercado de energia se torna tema nas eleições

Ampliação do Mercado Livre de Energia - 04/09/2018

Prime Energy
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A abertura do mercado de energia livre já faz parte da agenda de governo de alguns presidenciáveis. Diferentes chapas e ideologias têm um discurso comum sobre a abertura do mercado de energia elétrica. Em evento da Associação dos Comercializadores de Energia, foram cinco representantes de candidaturas: Kátia Abreu, Paulo Rabello, Eduardo Jorge, João Amoedo e Maurício Tolmasquim . Convidados, os candidatos Henrique Meirelles (MDB), Jair Bolsonaro (PSL) e Geraldo Alckmin (PSDB) não compareceram nem mandaram representantes.

Os políticos fizeram apresentações, começando pela candidata a vice-presidente Kátia Abreu (PDT), que disputa o pleito ao lado de Ciro Gomes (PDT). Ela destacou que o mercado livre é um caminho natural e que é a tendência mundial. Afirmou também que o Brasil ainda é um país muito fechado e precisa de mais abertura e liberdade econômica e  indicou a necessidade de se discutirem outros pontos, como a remuneração dos investimentos em transmissão e distribuição.

Kátia admitiu ter ainda pouco conhecimento sobre o tema energia elétrica, mas mostrou interesse sobre o status dos projetos que tramitam atualmente na Câmara. Por fim, a candidata pontuou que deseja para o País um preço de energia mais baixo para todos os consumidores.

O segundo a se manifestar foi Eduardo Jorge (PV), vice de Marina Silva (Rede). Ele destacou que, hoje, não há no programa de Marina um capítulo específico dedicado ao tema energia. Ainda assim, lembrou que, em seu próprio programa, em 2014, havia a indicação de defesa ao mercado livre e à eficiência energética. Jorge também lembrou que é necessário estudar o tema com cuidado por conta da existência de inúmeros subsídios cruzados que devem ser revistos. O candidato  citou o baixo nível de abertura do mercado nacional como um problema a ser enfrentado para a expansão da infraestrutura.

Paulo Rabello de Castro (PSC), que é vice na coligação com o Podemos, de Álvaro Dias, é ex-presidente do BNDES e destacou que o Brasil está sem uma base econômica e jurídica para continuar crescendo. O plano de metas de sua chapa propõe a desoneração geral do setor elétrico e liberação do mercado de energia. A meta é reduzir o preço da energia em 10% ao longo dos anos e também eliminar os subsídios cruzados.

Segundo ele, a liberalização do mercado de energia é um dos caminhos para dinamizar a expansão do mercado no País. Esse fator ajudaria a aumentar os investimentos em infraestrutura e atenderia à necessidade de aportes que levam ao crescimento da economia.

Único candidato a presidente no evento, João Amoedo (Novo) também defendeu a abertura do mercado de energia a todos os consumidores. Ele lembrou casos internacionais bem sucedidos como exemplo de que essa medida pode ser implantada no Brasil também. Amoedo ressaltou que seu partido tem como bandeira o liberalismo econômico e que esse posicionamento engloba a abertura do mercado. Outro ponto destacado foi a possibilidade de produção de energia por consumidores por meio da Geração Distribuída. Nesse tema, o candidato destacou que o País deve simplificar a tributação.

O último a falar foi o representante do Partido dos Trabalhadores, figura conhecida no setor elétrico nacional, Maurício Tolmasquim. Para ele, é necessário retomar o diálogo com o mercado para que haja a solução do GSF que vem acumulando um passivo de R$ 7 bilhões em aberto na CCEE. Tolmasquim teve uma fala mais próxima à de um especialista do setor do que de um representante de partido. Além disso, reconheceu que houve erros e acertos nos últimos governos.