Energia em horários de pico pode vir de geração própria em 2016

Mercado Livre de Energia - 14/07/2015

Prime Energy
Research

O leilão de energia de reserva realizado no dia 3 de julho trouxe desdobramentos, podendo colocar novamente em discussão a Portaria 44. Como não foi registrada nenhuma oferta de energia térmica para janeiro de 2016, acredita-se que o governo vai observar as condições do sistema elétrico até o final do ano, para estudar se vão ser necessárias medidas adicionais que possam garantir o atendimento da demanda na ponta. Uma das alternativas é a geração própria. Para isso, será necessária a prorrogação da medida além da sua validade original e que as condições de consumo se alterem diante do atual momento.

O secretário executivo do MME, Luiz Eduardo Barata, disse em meados de junho que há de fato a possibilidade de prorrogar a Portaria 44. Ainda assim, essa alternativa deve ser considerada como uma ‘carta na manga’ caso a demanda reverta a tendência de queda.

O principal argumento para essa manutenção é o atendimento da demanda de energia nos horários de pico, especialmente no meio das tardes no verão. Tanto em 2014 quanto em 2015 foram registrados recordes de demanda instantânea em horários próximos, entre as 14 e 15 horas, graças às temperaturas elevadas que aumentam o consumo devido ao uso de sistemas de climatização.

Apesar disso, os baixos preços máximos para venda e a tendência de queda no consumo de energia têm deixado cético o setor dos empreendedores.

A alternativa que faria com que essa movimentação se tornasse mais atraente para o mercado seria a criação de uma política energética baseada na contratação de geração própria, e não apenas o uso dessa energia para o atendimento de ponta. Se for prorrogada a portaria para além desse atendimento e se a autogeração for utilizada para, por exemplo, ajudar na recuperação do nível dos reservatórios, o sinal muda.