Contas de luz sobem quase 30% em 2015

Preço de Energia - 08/01/2015

Prime Energy
Research

As projeções do setor privado são de que as contas de energia elétrica subam quase 30% em 2015, sendo pressionadas por diversos fatores. Os aumentos aprovados para a usina de Itaipu, no começo de dezembro, e as recentes mudanças no teto do preço do MWh no mercado de curto prazo fizeram com que as estimativas dos reajustes fossem alteradas. Foram levados em conta os efeitos das concessões de hidrelétricas que retornarão para a União em julho de 2015, e que vão trabalhar com tarifas inferiores às praticadas atualmente.

O cenário se torna preocupante, pois uma parte considerável dos custos que vão implicar aumentos em 2015 é resultado de medidas tomadas nos dois anos anteriores. Esse é um dos principais motivos para que a escassez de energia seja sinalizada na época em que ela está ocorrendo. A divulgação da escassez ajuda a provocar uma redução espontânea do consumo, trazendo tanto melhoras financeiras quanto para o abastecimento.

Na tentativa de aliviar os reajustes de tarifas, o Tesouro Nacional fez uma série de aportes na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e financiou a redução de 20% nas faturas, mantendo a promessa da presidente Dilma Rousseff em 2012. A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) também emprestou R$ 17,8 bilhões no mercado financeiro, socorrendo as distribuidoras. Todo esse dinheiro tomado nos últimos dois anos será pago nos próximos 3 anos pelos consumidores.

Com o sistema de bandeiras tarifárias, que passa a valer a partir deste mês, os consumidores terão um sinal quase imediato das implicações do abastecimento no preço da energia. Como já indicamos no blog, as tarifas serão identificadas pelas cores verde (sem aumento de custo), amarela (pequeno aumento por alguma necessidade de energia de termoelétricas) e vermelha (grande necessidade de energia das termoelétricas e maiores aumentos).

Segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), as bandeiras ficarão vermelhas por todo o ano de 2015 devido aos baixos níveis das represas. A Federação espera aumentos de 11% já em janeiro e novos aumentos conforme o aniversário contratual de cada distribuidora. No total, estima-se alta de 27,3%, com a tarifa média subindo de R$ 360,7 para R$ 459,2 por MWh. Para diminuir um pouco o impacto dos custos de energia sobre o setor industrial, a Firjan vem sugerindo alguma desoneração da indústria na parte da tarifa que corresponde ao pagamento dos aportes e empréstimos.