Calor leva a apagão e atinge DF e 8 Estados

Geral - 28/01/2015

Prime Energy
Research

O apagão do dia 19/1 afetou o Distrito Federal e oito Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo e Goiás. O apagão foi feito para promover um ‘alívio de carga’. Segundo as distribuidoras locais, a energia foi restabelecida nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Goiás.

O calor intenso e o elevado nível de consumo geraram uma falha no sistema. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) não confirmou os pontos atingidos, mas algumas áreas do País tiveram o fornecimento interrompido.

As Distribuidoras

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) contatou técnicos do Operador Nacional do Sistema Elétrico para obter informações sobre os cortes de energia que atingiram Estados da região Sudeste. Interrupções de maiores proporções no fornecimento de energia elétrica levam a ANEEL a apurar a causas do apagão, aplicando sanções, se necessário. Nesses casos, é convocada uma reunião com técnicos do Ministério de Minas e Energia e do Operador Nacional do Sistema Elétrico para produzir o Relatório de Análise de Perturbação (RAP). As conclusões desse documento iniciam o processo de responsabilização de possíveis culpados pelas falhas, seja da concessionária responsável pela geração, pela transmissão ou pela distribuição de energia.

A Eletropaulo disse em nota oficial que o desligamento foi uma orientação do próprio ONS, que cortou mais de 700 MW de energia. A empresa informou também que a totalidade de sua carga de energia foi restabelecida às 15h50.

A CPFL Energia informou que os cortes foram feitos a pedido do ONS no interior e no litoral de São Paulo, além de cidades do Rio Grande do Sul. A companhia aplicou cortes de energia por volta das 15h, de aproximadamente 800 MW. O fornecimento foi restabelecido por volta das 16h.

No Rio Grande do Sul, a AES Sul atende parte dos 1,3 milhão de clientes, e cerca de 15 mil pessoas foram afetadas, entre 15h e 15h40. O corte foi de 176 megawatts, entretanto a empresa não deu o número exato de municípios que tiveram fornecimento interrompido. Na região metropolitana de Porto Alegre e litoral do Rio Grande do Sul, 100 municípios são atendidos pela CEEE, e foram cortados 100 megawatts, atingindo dez cidades.

A Light também foi orientada pelo ONS para interromper o fornecimento em determinados locais do Rio de Janeiro. O apagão afetou municípios do interior do Rio. Os cortes começaram às 14h53, e a energia foi restabelecida às 16h20. A concessionária Ampla atende 66 cidades fluminenses e cortou 100 MW de sua área de cobertura. O fornecimento foi interrompido para 180 mil clientes em 13 municípios da região metropolitana, de cidades do Norte Fluminense e da Região dos Lagos. Os municípios afetados foram São Gonçalo, Saquarema, Petrópolis, Cabo Frio, Araruama, Campos dos Goytacazes, Iguaba, Mangaratiba, Duque de Caxias, Niterói, Rio das Ostras, Casemiro de Abreu e Itaboraí.

A Celesc, que distribui energia em Santa Catarina, informou que iria realizar um corte de carga de 150 MW, o equivalente a 3,7% da demanda no momento, “visando atender à necessidade técnica do Sistema Interligado Nacional”, e atingiu aproximadamente 140 mil unidades consumidoras por 45 minutos.

Em Minas Gerais também foram feitos cortes pela Cemig, mas a companhia não divulgou quantos megawatts foram cortados nem os locais afetados. No Paraná, a Copel também disse ter cortado 320 megawatts por determinação do operador.

A EDP Escelsa do Espírito Santo informou ter efetuado uma redução de carga no sistema, restringindo o fornecimento de energia em oito municípios do Estado, sem afetar a capital.

Em Goiás várias regiões foram atingidas, inclusive o sul de Goiânia. A Celg (Companhia Energética de GO) cortou 200 megawatts entre 15h e 16h.

Como sanção, a ANEEL pode aplicar desde uma simples advertência até uma multa correspondente a até 2% da receita operacional líquida da empresa.

O ONS ressaltou em seu relatório técnico no dia 16/1 as metas e diretrizes para operação do sistema elétrico. Haverá riscos de “perda de carga” durante a execução de intervenções na rede. Essas “contingências simples” têm efeito local e não afetam o Sistema Interligado Nacional como um todo. Ou seja, não implicariam um apagão generalizado. Ainda assim, essas “contingências” somente seriam liberadas em períodos favoráveis, isto é, nos horários em que a ocorrência de uma eventual contingência resulta no menor montante de perda de carga. As intervenções são, segundo o ONS, reparos programados na rede por agentes de distribuição, geração ou transmissão.