São muitos os acontecimentos que movimentaram o setor energético no ano de 2022. Desde as regulamentações da geração distribuída até medidas que visavam melhorar as condições adversas provocadas pela crise hídrica de 2021, passaremos ponto a ponto neste conteúdo especial e completo para você relembrar e preparar oportunidades para sua empresa no próximo ano.

➔ O que você vai ver por aqui?

  • Acontecimentos que mais impactaram o setor mês a mês;
  • Análises e comentários de referência sobre as movimentações do mercado;
  • Projeções dos nossos especialistas sobre o que esperar para 2023.

Diferente de 2021, o ano começou com projeções otimistas para as chuvas, mas que ainda refletiam um contexto econômico das dificuldades do último ano.

  • Pelo gráfico, podemos observar que durante o ano de 2021 os níveis dos reservatórios chegaram aos valores mínimos. Além disso, com a chegada das chuvas em 2022, o cenário ficou bem otimista, com a melhora dos níveis dos reservatórios.

Janeiro

  • Publicação do documento que regulamenta as medidas de enfrentamento aos impactos financeiros decorrentes da crise hídrica de 2021.

Em janeiro, a Conta Escassez Hídrica foi criada pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) com a finalidade de organizar e direcionar recursos para cobrir custos adicionais decorrentes da situação de escassez. Este cenário afetou de forma direta as empresas de Distribuição de energia que, portanto, receberam incentivos para custear a energia “extra” contratada das termelétricas.

  • Impacto no setor: a Lei 14.300/22 é publicada sobre geração distribuída

Depois de discussões na Câmara dos deputados e no Senado brasileiro, nossos representantes aprovaram no início de janeiro (2022) esse marco legal da geração distribuída. A Lei 14.300 trouxe principalmente a segurança jurídica tão demandada pelo setor a partir de prazos e processos mais rígidos.

Por dentro do marco legal:
 ☑ Quem tem a sua usina em operação ou que conseguir o parecer de acesso (liberação da distribuidora) dos próximos 12 meses a partir do dia 07 de janeiro de 2022, permanecem com os benefícios de compensação de TUSD e TE.

Com isso, quem tem o sistema solar já em funcionamento, mantém o benefício até 2045. Quem ainda não possui, tem até 1 ano depois da lei ter entrado em vigor para estar neste mesmo bloco de consumidores com estes benefícios. E, neste caso, sem nenhuma alteração. Após este prazo, a geração de energia solar ainda se mantém interessante, mas haverá uma redução dos benefícios, em torno de 1/3. A parcela da TUSD passará a ser cobrada na conta de energia normalmente, diferente do modelo atual. 

Fevereiro

  • Aprimoramento dos modelos de monitoramento

Dando sequência às iniciativas de janeiro, o segundo mês do ano ficou marcado por propostas de aprimoramentos na cadeia de modelos computacionais utilizados pelo setor elétrico para as análises do segmento.

Ficou confuso?                                                                                                                                                                    Entenda o que são os modelos de monitoramento

Os modelos de monitoramento seguem metodologias próprias que, a partir de softwares e outros sistemas de programação, conseguem coletar dados de todo o Sistema Interligado Nacional (SIN), realizando análises, projeções e indicativos que auxiliam em operações de todo o setor elétrico.

Mas, por que a necessidade de aprimoramento?

De forma direta, as reuniões da Comissão Permanente para Análise de Metodologias e Programas Computacionais do Setor Elétrico (CPAMP) visavam melhorar a representação da realidade operativa do Sistema Interligado Nacional (SIN), calibrando de forma mais exata o sinal econômico do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) e outras operações que dependem desses contextos.

  • Sinais de queda do ESS

Os Encargos de Serviços do Sistema (ESS) são valores destinados ao ressarcimento dos agentes de geração de eventuais custos realizados na manutenção da confiabilidade e da estabilidade do Sistema em geral. Em fevereiro de 2022, foi observado um primeiro movimento de queda desses encargos, que no ano anterior haviam tido um aumento significativo.

  • Tarifas de energia começam a aumentar

 

 

 

Sabemos que o preço da energia é composto por uma série de fatores. Em fevereiro de 2022, com a chegada dos primeiros reajustes, o sinal de aumento de tarifa passou a ser evidente para todas as distribuidoras.

Como explicar o aumento das tarifas?

De acordo com a Aneel, esse aumento (que chegou próximo aos 20% em uma série de distribuidoras), é explicado pela crise hídrica, uma vez que é necessário o acionamento das termelétricas para que se atenda a necessidade de energia do país.

  ● A estimativa da Aneel é que o acionamento das termelétricas custaram R$26 bilhões a mais para os consumidores!

Março

  • Regulamentação da Conta de Escassez Hídrica
Nas tarifas de energia, o impacto foi de 5,3 bilhões

Com o objetivo de frear os efeitos da crise hídrica, em março tivemos a regulamentação da Conta Escassez Hídrica. A criação desta conta representa a iniciativa de organizar e alocar recursos para cobrir os gastos adicionais temporariamente assumidos pelas concessionárias e permissionárias de distribuição devido à crise hídrica (que comentamos aqui no início de nosso texto).

  • SEFAZ publica novo modelo de tributação no ICMS em SP

Um novo modelo de tributação no ICMS passou a vigorar em São Paulo no mês de março de 2022 para regular as operações realizadas no Ambiente de Contratação Livre (ACL).

Agora, se os fornecedores de energia estiverem localizados no estado de São Paulo, serão eles os responsáveis pelo recolhimento do imposto. No entanto, caso contrário, essa obrigação passa a ser do consumidor – situado no estado. Essa medida vai de encontro a um modelo mais pulverizado do ICMS, e encontra limites de interesses que visam a descentralização do modelo elétrico brasileiro.

  • Garantias financeiras do MVE entram na pauta da ANEEL

O Mecanismo de Venda de Excedentes de Energia (MVE) é o ambiente dentro do Mercado Livre de Energia em que são destinadas negociações feitas pelas distribuidoras e outros agentes para negociar transações em torno de excesso de energia contratada. Em março de 2022, o tema passou por Consulta Pública para o aperfeiçoamento da Resolução nº904/2020, com o objetivo de debater ações e proposições em torno de uma maior segurança nas negociações.

Abril

  • Abertura de Consulta Pública para revisão das garantias físicas

No mês de abril, os destaques começam pela abertura de Consulta Pública para ampliação de garantias fiscais no MLE.

  • O que são garantias físicas?

As garantias físicas são variáveis que representam o quanto um gerador de energia pode comercializar no Sistema Interligado Nacional (SIN). Essa variável é revisitada a partir de alguns períodos, a depender de condições físicas e de mercado que impactam na comercialização. Observe abaixo exemplos dessa variação em material disponível e divulgado pela CCEE no Encontro PLD.

Para acessar todo o relatório, clique aqui 

  • Governo suspende Bandeira de Escassez Hídrica

A bandeira de escassez hídrica incidiu nas contas de luz desde setembro de 2021 para cobrir custos adicionais no acionamento das termelétricas. O custo adicional de R$14,20 a cada 100 mWh, servia para este equilíbrio das contas e para estimular o consumo racional.

No entanto, em abril deste ano a bandeira foi suspensa, pois a perspectiva das chuvas e a adoção de medidas emergenciais permitiram reduzir esse acionamento e restabelecer um equilíbrio maior na produção das hidrelétricas.

  • Entenda como funcionam as bandeiras tarifárias
Fonte: Infográfico produzido pelo Portal G1.
  • 1ª Revisão de Carga (ONS, CCEE e EPE)

As revisões de carga consideram alguns aspectos político econômicos, incluindo alguns fatores que vão desde a dinâmica inflacionária até os conflitos internacionais (como a guerra na Ucrânia). Com isso, em 2022 teve um aumento de 1,7% na carga, atingindo o valor 70.739 MW médios. De acordo com a CCEE, a previsão é de que a média anual de crescimento será de 3,4% até 2026.

Maio

  • Capitalização da Eletrobras retoma a pauta do setor

Em maio, uma das pautas que dominou o setor foi a negociação para a privatização da Eletrobrás. Na prática, a movimentação foi de Capitalização, o que significa uma diluição do controlador (neste caso, o governo), que passou a ter menos de 50% das ações ordinárias da empresa.

No caso da Eletrobras, esse movimento teve grande relevância no mercado em função da representatividade da empresa no setor. Para alguns especialistas, a movimentação de modernização do segmento se beneficia com a descentralização desse tipo de empresa, e dinamiza o mercado de forma mais ampla. Para que a Capitalização acontecesse, foi necessário incluir questões como a obrigatoriedade de contratação de térmicas e PCHs pelo governo via mecanismos de leilão centralizado.

Como ponto positivo do modelo adotado, destaca-se a reversão imediata de parte dos recursos aportados em benefícios ao consumidor – chamado de bônus de outorga revertido à modicidade tarifária.

  • Discussões no congresso para frear o aumento das tarifas ganham peso

Com o aumento das tarifas em 2022, em maio, o Congresso passou a se articular e discutir a aprovação de um projeto de lei para alterar a política tarifária. Tais reajustes estavam próximos a 15% e 20%. No Brasil, as tarifas elétricas também integram a arrecadação de fundos tributários, e representam uma parte importante do custo da energia elétrica.

  • Começo do período seco se mostra otimista

Até aqui, você percebeu como o cenário climático é importante para as dinâmicas de comercialização da energia elétrica. Por isso, acompanhar esse contexto é muito importante para uma maior previsibilidade no setor.

As projeções para o cenário hidrológico se mostraram otimistas. Nesse gráfico, podemos verificar que nos três possíveis cenários feitos pela Prime (cenário favorável (com chuva), desfavorável e esperado) se mantiveram melhores que o ano de 2021.

Junho

  ● Novas Bandeiras Tarifárias aprovadas

As bandeiras tarifárias são atualizadas anualmente pela Aneel. Em função do acionamento da geração térmica de 2021, neste ano, as bandeiras amarela e vermelha patamar 1 tiveram aumento. Na tabela, podemos verificar os valores aprovados no período.

  ● Mercado Livre lidera a expansão do setor elétrico

Em estudo apresentado pela Abraceel, foram apresentados dados sobre a liderança do Mercado Livre de Energia na expansão da matriz energética brasileira.

“Do total de 45 GW de energia elétrica centralizada que estão em fase de construção para entrar em operação até 2026, 83% estão sendo viabilizados pelo mercado livre”.
O valor representa mais de R$150 bilhões de investimentos nos próximos cinco anos.

Fonte: Blog Abraceel

  ● Eletrobras é privatizada

Foi a primeira grande estatal a ser vendida após quase quatro anos do governo Jair Bolsonaro. Com a conclusão do processo, a Eletrobras se tornou uma empresa sem controlador definido, como aconteceu com a Embraer.

    Como fica o preço da energia?

De acordo com o portal G1, após a privatização, haverá uma mudança gradual no modelo em que a energia produzida pelas usinas da estatal é comercializada — processo chamado de descotização.

Hoje, a energia produzida por parte das usinas da estatal é vendida aos consumidores a valores mais baixos que os praticados pelo mercado. Com a privatização e a retirada dessas usinas desse regime, a Eletrobras poderá vender a energia a preço de mercado (mais alto). 

Julho

  • Câmara aprova novas medidas para os créditos tributários por meio de sanções presidenciais

Como as tarifas estavam muito altas em função da crise hídrica vivenciada no ano passado, a Câmara aprovou novas medidas para os créditos tributários, mas só em julho elas foram sancionadas pelo então presidente, Jair Bolsonaro.

O projeto de lei foi responsável pela criação de mecanismos para reduzir as tarifas de energia elétrica para o consumidor, ainda em 2022. Essa redução ocorreu por meio da devolução de cobranças na conta de luz, reconhecidas como indevidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

  • Encerrada consulta pública da CPAMP

Com o objetivo de aprimorar os modelos de operação vigente, a Consulta Pública 121/202 foi encerrada em julho e a CPAMP aprovou novos aprimoramentos nos modelos de operação do sistema. As atualizações foram no modelo de CVAR, já que os parâmetros foram de CVaR (50,35) para (25,35) e a implementação do modelo matemático PARP(A), que dá um peso maior para o histórico recente.

A proposta trazida na CP MME 121/2022 foi apresentada após um longo debate através de workshops, que contaram com a participação de representantes do setor e as mudanças contribuem para que o modelo ganhe mais volatilidade e aderência à real operação do sistema.

  • Decisões sobre as usinas do PCS ganham importância no setor

O PCS (Procedimento Competitivo Simplificado) foi um leilão realizado no final de 2021. Naquele ano, o país enfrentava uma crise hídrica muito severa e, por isso, o leilão foi realizado às pressas para tentar sanar a falta de energia. Com isso, vieram alguns problemas, como a contratação de energia entre R$1.500 e R$2.000, muito acima do normal, já que normalmente o valor fica abaixo de R$300.

Nesse caso, a contratação contribuiu com um impacto significativo do encargo e gerou uma série de discussões no setor. Além disso, diversas usinas ganhadoras do leilão não conseguiram entregar a energia prometida e foram penalizadas – muitas chegaram a pedir recursos, e ainda aguardam as respostas.

Apesar disso, a posição da Agência Nacional de Energia Elétrica, até aquele momento, foi manter os contratos do PCS, o que gerou a divulgação de manifestos por parte da União pela Energia (entidade que congrega quase 70 associações e federações industriais) e a Frente Nacional dos Consumidores de Energia, contrários à continuidade dos contratos.

Agosto

  • Setor se mostra otimista com possível abertura do mercado

Com a possibilidade do Projeto de Lei 414/21, que propõe alteração de nove leis e pode ser considerado o novo marco regulatório do setor, o mercado mostrou reações positivas.

A abertura do MLE está alinhada com as melhores práticas internacionais para o setor elétrico e dará maior autonomia e protagonismo ao consumidor, conferindo também um destaque às comercializadoras varejistas.

Os principais benefícios são:

  • ★ Liberdade de escolha para os consumidores;
    ★ Modernização do setor elétrico;
    ★ Redução de preços na conta de energia.
  • Eleições entram na pauta do cenário elétrico: Qual o futuro do setor?

Sem dúvidas o setor elétrico é fundamental para o desenvolvimento econômico do país e foi um dos temas centrais das propostas dos candidatos à presidência em 2022. Por isso, a Abraceel desenvolveu uma série de bate-papos com as equipes técnicas dos candidatos presidenciais.

Os planos de governo dos principais concorrentes presidenciais tiveram atenção especial à energia elétrica e à diversificação da nossa matriz energética, principalmente para as fontes alternativas de energia renovável.

  • Setor elétrico dá passos importantes na pauta de hidrogênio

Em agosto o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou a nova política de hidrogênio no mercado, desenvolvendo o Programa do Hidrogênio e criando o novo Comitê Gestor do Programa Nacional do Hidrogênio (Coges-PNH2).

No dia 19 de agosto, o Ministério de Minas e Energia (MME) divulgou a Portaria Nº 164/2022, com os representantes, titulares e suplentes, que serão responsáveis pelo Comitê. O objetivo é fortalecer a indústria e o mercado de hidrogênio enquanto portador energético no Brasil.

Setembro

  • Aprovada abertura na alta tensão

No final de setembro, o Ministério de Minas e Energia publicou a Portaria n° 50, em que permite que todos os consumidores de alta e média tensão ingressem no mercado livre de energia.

A abertura do mercado de energia em alta tensão tornou-se uma decisão histórica para o setor elétrico brasileiro. Além disso, aumentou as expectativas para que o mercado seja livre para todos os consumidores de energia elétrica a partir de 2026.

  • “Um momento histórico que há algum tempo o mercado aguardava. É um passo muito importante, pois este consumidor tinha limitações em relação à migração para o mercado livre e também na viabilidade para a Geração Distribuída, fazendo com que ele ficasse numa espécie de “limbo”. Agora, com essa oportunidade, ele pode aproveitar de fato os benefícios do MLE. Por isso, a notícia está sendo muito bem recebida pelo mercado e por nós aqui na Prime Energy, já que vamos conseguir levar mais soluções de redução de custo para milhares de novos clientes”
        – Diretor Comercial da Prime Energy, Luiz Sigiliano
  • Leilão de Reserva da Capacidade

Devido à privatização da Eletrobrás, também tivemos em setembro, a exigência de contratação de uma série de leilões de energia, em determinadas regiões brasileiras, como norte e nordeste. Mas apesar do leilão ter acontecido, o volume todo de reserva não foi contratado.

Qual o objetivo do leilão de reserva?

Como o nome sugere, os Leilões de Reserva de Capacidade acontecem para garantir a continuidade do fornecimento de energia elétrica, sempre adequados ao atendimento do Sistema Interligado Nacional. Os leilões para as outras regiões ainda devem acontecer entre 2023 e 2030.

  • Mecanismos de resposta pela demanda torna-se ferramenta estrutural do ONS

Com os resultados observados durante a crise hídrica, o mecanismo de resposta à demanda por parte do ONS torna-se uma nova ferramenta do operador. O Mecanismo de Resposta pela demanda contribui para que a sociedade possa tomar decisões frente a mudanças de preços.

Ficou confuso? A gente explica 👇

Esse mecanismo permite que os consumidores reduzam o consumo durante alguns períodos do dia, sendo remunerados por isso. Esse mecanismo foi utilizado durante a crise hídrica e foram observados bons resultados. Assim, a ANEEL aprovou o mecanismo de forma estrutural, ou seja, para sempre teremos a ferramenta.

Outubro

  • CPAMP posterga entrada da metodologia do MMGD em 2023

Micro e minigeração distribuída (MMGD) são usinas de geração pequenas, e na maior parte dos casos, são de fonte solar. A proposta que estava em jogo sugeria que esse tipo de geração iria entrar no processo de formação de preço.

Na prática, tendo em vista que essa geração está bem elevada (principalmente em função da lei sobre geração que verificamos no mês de janeiro), isso afetaria bastante o preço. Depois de algumas contribuições dos agentes do setor, a CPAMP postergou a entrada dessa modelagem.

  • Aneel aprova regras para o aprimoramento das regras de comercialização em 2023

Algumas Regras de Comercialização de Energia Elétrica para 2023 foram aprovadas pela diretoria da ANEEL em reunião pública. No site oficial do governo federal, a informação publicada foi de que o regulamento foi aperfeiçoado com o resultado da Consulta Pública (CP41/2022) e será válido a partir da contabilização das operações de compra e venda de energia referentes ao mês de janeiro de 2023.

Na tabela abaixo você confere um resumo das alterações propostas pela CCEE em 2023.

  • Governo propõe rescisão das usinas do PCS

Um dos destaques do mês de outubro foi a rescisão dos contratos do Procedimento Competitivo Simplificado (PCS), que na verdade, promovem a competição com o objetivo de garantir a segurança e a continuidade do suprimento eletroenergético no País, por meio da contratação de energia de reserva. No caso da rescisão, a proposta buscava reduzir custos com a geração de energia elétrica, respeitando as regras do PCS e preservando o fornecimento de energia elétrica.

De acordo com matéria divulgada no portal oficial do governo, “a portaria apresentada na consulta autoriza a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a rescindir sem ônus para as partes os Contratos de Energia de Reserva das usinas que entraram em operação dentro do prazo limite definido nos contratos e que estão adimplentes com suas obrigações.” Acesse a matéria completa aqui.

A medida ainda mantém a segurança jurídica e regulatória do setor e beneficiará os consumidores de energia elétrica, evitando o pagamento de até R$ 39 bilhões e reduzindo em até 4,5% as tarifas em todo o País pelos próximos 3 anos.

Novembro

  • Aneel abre consulta para tratar de novo encargo

Em novembro, foi a vez do Encargo de Reserva de Capacidade passar por consulta pública para possíveis aprimoramentos. De forma objetiva, este encargo foi criado para custear a disponibilidade de potência contratada em leilões de reserva de capacidade, e é rateado por todos os consumidores, livres e cativos.

  • Geração solar segue apresentando números recordes;

O aumento de novos empreendimentos de geração solar seguiu apresentando números recordes no país. Confira no gráfico abaixo extraído diretamente do site oficial Operador do Sistema Nacional.

  • CCEE, EPE e ONS publicam nova Revisão de Carga

Em linhas gerais, a previsão de carga é um recurso fundamental para que se possam planejar investimentos no sistema. Como é feito?

Por meio de estudos do comportamento da variação de demanda ao longo dos anos, e, assim, vão se projetando e se formando análises possíveis. No caso de 2022, este relatório aponta uma série de expectativas em torno dessa análise de mercado. Destacamos, a seguir, alguns pontos:

 A economia brasileira apresenta uma melhor perspectiva de crescimento, por conta do resultado do          PIB do segundo trimestre e da recuperação mais significativa observada no mercado de trabalho, bem como da redução da inflação;

   Já para o último trimestre do ano, espera-se uma desaceleração da atividade, em virtude da alteração de estímulos, da desaceleração do crescimento mundial e dos efeitos cumulativos da política monetária; Diante disso, a projeção de crescimento de PIB para 2022 passou de 1,9% para 2,8% no ano de 2022;

   Para 2023, há expectativa de atividade mais branda, influenciada pelo cenário externo adverso, pelas preocupações fiscais e pelos efeitos da política monetária. Tais fatores levaram à revisão para o crescimento do PIB de 2023 de 1% para 0,7%. Após 2024, espera-se um ambiente mais favorável, com uma melhora do cenário internacional, maior confiança dos agentes econômicos e expansão da demanda interna, resultando em uma dinâmica de crescimento mais consistente. 

Dezembro

Fechamentos, novidades e projeções

Finalmente chegamos ao último mês de 2022 e, com ele, algumas expectativas, projeções e conclusões vão se desenhando. Este é o caso da publicação da Portaria Normativa nª55, que estabelece diretrizes e condições para a resolução amigável dos Contratos de Energia de Reserva, firmados em decorrência do PCS, que você conferiu em outros meses aqui deste conteúdo. Além disso, tivemos algumas novidades importantes, como:

  • CCEE apresenta ao mercado certificação para Hidrogênio

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) apresentou uma proposta de certificação de hidrogênio. A certificação tem o objetivo de atestar a origem de produção a partir de fontes de baixa emissão de carbono, e com isso, atender a demanda de projetos piloto para fabricação deste recurso. A expectativa é que o tema contribua com o desenvolvimento do mercado.

  • Separação de Lastro e Energia entra em consulta pública

Um dos temas centrais nas discussões de modernização do mercado, em dezembro, esteve novamente em consulta pública no Ministério de Minas e Energia (MME). Para reportagem do canal energia, a proposta de separação vem para permitir a “valoração e a sinalização correta dos diversos atributos das fontes, de acordo com as necessidades sistêmicas. Desta forma, proporciona contratação mais adequada da expansão do sistema, melhor utilização dos ativos já existentes e alocação mais eficiente dos recursos”.

Link completo da notícia: https://canalenergia.com.br/noticias/53232500/mme-abre-consulta-sobre-separacao-lastro-e-energia
  • PL 2703 amplia debate sobre subsídios no setor

Em dezembro, também acompanhamos as discussões em torno do Projeto de Lei 2703 que ganhou relevância em Brasília ao propor a ampliação de 12 meses do prazo previsto na lei (14.300) para descontos nas tarifas de uso de transmissão e distribuição. O benefício é  direcionado para quem realizar instalações de unidades de micro e minigeração até 2045, sendo motivo de discussões entre os diferentes agentes do mercado. PL amplia debate sobre subsídios no setor –

“Entendemos que esse arranjo deve continuar atrativo por prazo adicional, de forma a possibilitar expansão da capacidade instalada de geração de energia e incremento da segurança energética do País a partir da diversificação de oferta”, justifica no relatório.” – Deputado Beto Pereira para o Canal Energia.

Matéria completa: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53231306/alteracoes-no-pl-2703-ampliam-subsidios-a-gd 
De olho no próximo ano: o horizonte de 2023 no cenário energético
  • Como será o cenário hidrológico em 2023?

Para o próximo ano, dezembro traz a perspectiva de um período úmido dentro da normalidade e a carga/consumo de energia ainda abaixo do projetado.
Sabemos, com isso, que o nível dos preços para 2023 depende diretamente da avaliação deste período como um todo – que só deve se consolidar entre fevereiro e março.

  • Governo de transição: avaliações otimistas

Outra expectativa do segmento está relacionada ao governo de transição e a condução de algumas pautas importantes do setor, especialmente a PL 414, que está relacionada à abertura integral do mercado. Até o momento, as expectativas estão no sentido da condução favorável desses projetos, apesar de algumas ressalvas serem incluídas.

E para você, quais são os principais acontecimentos que prometem aquecer o setor no próximo ano? Seja qual for o horizonte, o Grupo Prime Energy estará sempre junto do seu time para trazer dados, informações e análises que fazem a diferença na rotina e nos objetivos de nossos clientes.

Para continuar mergulhando em informações e análises dos nossos especialistas sobre os pontos que abordamos neste material, convidamos você a acompanhar o lançamento de nossos conteúdos no blog e nas redes sociais.

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